quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PELA MEIA-ENTRADA E CONTRA AS COTAS NOS EVENTOS CULTURAIS!


O DCE-UEPG historicamente reinvindicou direitos básicos dos estudantes como o acesso a diversão, arte e cultura sempre tentando manter contato com as entidades históricas (UNE, UPE) do movimento estudatil para afirmar uma luta conjunta e concreta . Nesse momento de rediscussão sobre a meia entrada a situação veio se polemizando com a proposta do Senador Eduardo Azeredo (PSDB) de colocar uma cota de 40% sobre a disponibilidade da meia entrada em eventos culturais e artísticos. Essa é uma atitude totalmente segregadora, além do que esse número pode baixar para 10%, 5% com o tempo.



Nosso posicionamento é contrário a essa medida que visa restringir os estudantes do acesso a arte e cultura, essa proposta é completamente elitista. Ela procura delimitar alguns espaços na sociedade para uma pequena margem da população além de procurar favorer apenas os tubarões dos eventos e promoter's da especulação sobre a cultura. O argumento deles, por intermédio de seus parlamentares, é de que é grande o número de carteirinhas falsificadas. Nossa pergunta é: isso é motivo para os estudantes e a juventude serem punidos severamente? Isso é argumento para que se haja uma competitividade nas filas de cinemas, teatros, etc para ver quem chega primeiro nos espetáculos? Para nós isso não é só uma medida que restringe a nossa participação em espetáculos, mas também joga estudante contra estudante, jovem contra jovem.



Primeiro eles tentam acabar com a meia entrada nos fins de semana, depois tentam enxugar nossos direitos, a quem eles estão servindo e com qual propósito?



O que percebemos na trajetória do movimento estudantil é que ao mesmo tempo que os estudantes reivindicavam direitos básicos na sociedade e esperavam dessa um reconhecimento, sempre existiram agentes especuladores buscavam intervir de forma a brecar nossas conquistas. Desde a década de 1940 a UNE (União Nacional de Estudantes) passou a confeccionar carteirinhas de identificação estudantil, possibilitando aos estudantes a meia entrada.


Um pouco das nossas lutas

Após o golpe militar, com o fechamento das entidades estudantis, deu-se início ao processo de descaracterização da meia-entrada. As carteirinhas, antes emitidas pela UNE e pela UBES, passaram a ser livremente produzidas pelas próprias escolas e cursinhos.



No final da década de 70 e início da década de 80, era comum encontrar camelôs vendendo, em praça pública, identidades estudantis falsas e sem legitimidade. Com a reconstrução das entidades estudantis, o benefício da meia-entrada foi reestruturado com Leis Estaduais por todo país.



As carteiras passaram a ser emitidas com maior segurança e mais benefícios pela UNE e a UBES.Infelizmente, durante o governo FHC, a Medida Provisória (MP) 2.208/01 derrubou essas conquistas, permitindo qualquer escola, curso, agremiação ou entidade estudantil produzir a carteira, sem nenhum parâmetro ou fiscalização. Dessa forma, multiplicaram-se as "empresas de carteirinha", com claros objetivos financeiros, sem nenhum compromisso com a credibilidade da identificação estudantil. A meia-entrada começou a ser desvirtuada por produtores de eventos culturais mal intencionados, que buscam de todas as formas desacreditá-la ou mesmo tirar proveito para aumentar o preço dos ingressos. Em todos estados, através das entidades estudantis estaduais e municipais, a UNE e a UBES continuam defendendo a institucionalização da meia-entrada e a seriedade na emissão do documento estudantil.


*Este ano o VI CONGRESSO DOS ESTUDANTES chamado pelo DCE, tirou como resolução de reformular a carteirinha de identidade estudantil do DCE afim de trazer a tona a discussão sobre as conquistas dos estudantes. A partir do ano que vem teremos cerca de 200 convênios de desconto no comércio da região, isso vai entusiasmar os estudantes a comprar uma carteirinha legítima que forneça a eles sua identidade enquanto o que são e, sobretudo, valorizar suas conquistas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

RESOLUÇÕES VI CONGRESSO DOS ESTUDANTES DCE-UEPG


VI CONGRESSO DE ESTUDANTES DCE-UEPG
Após 3 dias de discussões prolongadas e amadurecidas, se encerra o VI CONGRESSO DOS ESTUDANTES DCE-UEPG que cumpriu a meta de participação de 1 acadêmico por curso. Entre os debates, em GT’s e plenárias, o DCE pode avaliar o Congresso como favorável a reconstrução do movimento estudantil em Ponta Grossa. Entre os destaques do Congresso ficaram as discussões de Cultura, Saúde Pública, Soberania dos povos, Passe-Livre Estudantil e da necessidade de mais verbas para a UNIVERSIDADE PÚBLICA.

Próximas atividades do Calendário DCE:
-de Terça a Sexta, das 9:00 às 19:00: BAZAR DO DCE (Arrecadação Financeira para o CONEB e a Bienal de Arte da UNE)
-20/11 às 19:00 ANIME DCE: Filme SAMURAI X na ‘’CASINHA’’ do DCE
-21/11 às 09:00 Coletivo pela Conferência Nacional de Comunicação
-Todo sábado às 15:00: Reuniões Periódicas
-25/11 CEB Pós-Congresso – Conselho de Entidades de Base
-29/11 FESTIVAL DE BANDAS DOS EXAMES FINAIS na ‘’CASINHA’’ do DCE


Resoluções do VI congresso de estudantes da UEPG

Ensino Público Superior

O debate sobre o Ensino Público foi pautado pela luta por mais verbas para a educação e em favor das organizações estudantis e suas entidades históricas. Nesse intuito, os estudantes refutaram qualquer participação na Universidade de Fundações de Apoio corroborada pela anulação de verbas do Governo Requião.

ü Revogação da Lei de Inovação Tecnológica
ü Por um ENADE que realmente atenda ao interesse dos estudantes
ü Retirada do PL 7200/06
ü Revogação do PROUNI
ü Apoio a caravana de revogação do REUNI
ü Contratação imediata de professores efetivos
ü Criação de sede física para todos os Centros Acadêmicos
ü Não a separação entre Bacharelado e Licenciatura
ü Que a UPE e a UNE encampem a luta dos estudantes
ü Em defesa das entidades estudantis (CA´s, DCE´s, UPE e UNE)
ü Por mais verbas para a educação




Cultura
O GT de cultura foi responsável por discutir atividades que o DCE poderá estar organizando no fim de ano e para elaboração do seu CALENDÁRIO 2009.

ü Campanha pela meia entrada nos estabelecimentos. Movimento Cumpra-se!!!
ü Criação do estágio em vivência
ü Por um festival de bandas universitárias do DCE.
ü Criação do grupo de teatro DCE.
ü Por um AnimeDCE
ü Criação da videoteca DCE
ü Torneio de Supernintendo
ü Jogos DCE
ü Formalizar o CUCA (Centro Universitário de Cultura e Arte)
ü Projeto CIARTE: Ciência e Arte pela Produção do Conhecimento!!!
ü Criação do Jornal do DCE
ü Apoio às mídias independentes dos estudantes.



Assistência Estudantil
Após a pauta de Assistência Estudantil, o DCE se comprometeu em realizar uma nova reunião com o reitor da UEPG para rever a situação de moradia e alimentação na instituição. Também foi marcada uma nova reunião com a diretoria da CASA DO ENTUDANTE PONTA-GROSSENSE a fim de rever a situação da casa e as reivindicações dos estudantes dependentes da assistência estudantil.

ü Reforma estrutural da Casa do Estudante
ü Contratação de funcionários específicos para a Casa do Estudante (alimentação, manutenção e segurança)
ü Preço único da alimentação no Restaurante Universitário nas estaduais
ü Pela criação do cardápio vegetariano no Restaurante Universitário
ü Pelo jantar nos Restaurantes Universitários dos campi
ü Pela melhoria da estrutura dos RU´s
ü Pela construção de novo RU apenas para estudantes da UEPG
ü Pela melhoria na qualidade nos alimentos
ü Pela contratação de mais funcionários (estrutura, alimentação e etc.)
ü Aumento da verba destinada a bolsa de Iniciação Cientifica
ü Pela criação de bolsas de auxilio para estudantes de baixa renda
ü Por mais ônibus destinados ao campus
ü Pela criação de um ponto de onibus na frente da biblioteca do campus
ü Pela linha direta do terminal central ao campus, mantendo a linha uvaranas/campus
ü Pelo ampliação dos horários de ônibus via Ponta Grossa/ Castro
ü Por pontos de ônibus voltados apenas para a universidade
ü Pela melhor iluminação do campus
ü Pela contratação de guardas e não somente a instalação de câmeras.
ü Pela melhoria da estrutura do cercamento do campus
ü Implantação do programa de coleta seletiva de lixo nos campi.


Nacional
As discussões que pautaram esse GT foram fundamentais para a discussão das necessidades básicas não só dos estudantes, mas de toda sociedade. Saúde, Educação, Transporte Público, Moradia, Fundo Soberano e redistribuição de renda foram pontos centrais desse grupo. O que marcou o Congresso foi o lançamento da CAMPANHA O PRÉ-SAL É NOSSO em Ponta Grossa que objetivou a arrecadação de assinaturas pela soberania do petróleo e demais recursos naturais.

ü Que o Hospital Regional de Ponta Grossa - PR atue de acordo com os princípios do SUS
ü Pela não existência da Farmácia Popular
ü Mais verbas para o SUS
ü Pela maior divulgação das Conferencias Municipais de Saúde
ü Passe-livre estudantil
ü Que a prefeitura reassuma o transporte municipal
ü Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce! Pela estatização de todas as empresas de recursos minerais!
ü Ruptura com acordo etanol
ü Monopólio estatal da Petrobras! Apoio à campanha o Pré-sal é Nosso!
ü Reforma Agrária já! Atualização do índice de produtividade da terra!


Internacional
Esse GT foi fundamental para a afirmação da SOBERANIA DOS POVOS. Entre as discussões, o Congresso tirou resoluções importantes que negam a política de governaça mundial e os tratados bilaterais. Foi traçado também um apoio aos governos populares e a ruptura com os especuladores internacionais, pelo não favorecimento de capital público aos banqueiros.

ü Pela soberania dos povos: pela retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti, retiradas das tropas do Iraque e Afeganistão, criação do estado laico da Palestina.
ü Contra os Tratados de Livre Comercio
ü Não ao pagamento da crise! Que as verbas do Estado sejam para a população não para os banqueiros
ü Apoio a estatização dos recursos na Venezuela e Bolívia! Apoio a luta dos trabalhadores na América Latina
ü Não a política de Governança Mundial (ONG´s Furum Social Mundial, fundações de apoio) que retiram a obrigatoriedade do Estado.


DCEUEPG.BLOGSPOT.COM

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

DCE CONVOCA: Coletivo pró-Conferência de Comunicação




Após as discussões de democratização dos meios de Comunicação no VI CONGRESSO DE ESTUDANTES - UEPG, o Diretório Central de Estudantes - UEPG foi convidado nessa sexta (14/11) para participar da I Conferência de Comunicação. Nesse intuito, o SINDICATO DOS JORNALISTAS - PR está chamando para o dia 21/11 (sexta-feira da semana que vem) um Coletivo pró-Conferência de Comunicação com a participação do DCE.




O debate estará ocorrendo no pequeno-auditório do Bloco A da UEPG às 9h.


MAIS INFORMAÇÕES:
Segue abaixo a nota oficial da Assembléia Legislativa sobre a audiência pública de 18 de outubro:




Audiência pública cobra realização da I Conferência Nacional de Comunicação

Coletivo formado por 18 entidades pretende realizar pró-conferência em âmbito estadual já no início do ano que vem

Uma audiência pública realizada nesta terça-feira, 28, na Assembléia Legislativa, cobrou a convocação, pelo executivo federal, da realização da I Conferência Nacional de Comunicação. Um coletivo foi formado por 18 entidades para realizar uma pró-conferência em âmbito estadual já no início do ano que vem. A intenção é convidar o governo estadual e a secretaria estadual de comunicação para debater as concessões de rádio e televisão e critérios públicos de renovação, e fortalecer a discussão para o debate nacional.

"Temos de preparar esse canal de mobilização para uma questão muito justa que é a democratização dos meios de comunicação", disse o líder da bancada do PT, deputado Péricles de Mello, que comandou a audiência, e propôs uma moção de apelo assinada pelos deputados estaduais para reivindicar ao presidente Lula e ao ministro das Telecomunicações, Helio Costa, a realização da conferência nacional.
Segundo ele, a disparidade na concessão de rádios e televisões ofende o princípio da democracia. "Só na cidade de Ponta Grossa um grupo controla quatro das três rádios locais. Isso fere a identidade local.", exemplificou.

Durante a audiência, representantes de entidades debateram as políticas públicas e as diretrizes das políticas a serem aplicadas pelo governo, como a regulação das concessões de rádio e TV, as regras de limite de propriedade para evitar a concentração nos meios de comunicação e a regulação sobre conteúdo, com temas como classificação indicativa e garantia de produção independente e regional. Todos esses temas foram previstos na Constituição, mas até hoje não foram regulamentados.

De acordo com Rachel Bragatto, da Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social), o sistema de comunicação no Brasil é exclusivamente comercial, com visão no lucro. "É importante fortalecemos as mídias independentes, como jornais de sindicatos e revermos as normas de regulação sobre conteúdo".
O deputado Tadeu Veneri, do PT, também citou a responsabilidade da mídia com o o que divulga para a sociedade, e criticou o processo de "asfixia"da informação. Veneri criticou como a mídia atuou em dois acasos de repercussão nacional, como o seqüestro da adolescente Eloá, em Santo André e o assassinato da menina Isabela Nardoni, em São Paulo. "Tanto num como noutro a mídia transformou a violência em espetáculo", criticou.

Para a presidente do Sindijor-PR, jornalista Aniela Almeida , a sociedade civil tem que participar da discussão. A sugestão é compartilhada por Roni Anderson Barbosa, presidente da Cut-PR. "A questão da democratização precisa do engajamento de muita gente. Precisamos mobilizar a população". Maria Isabel Machado, da Assembléia Popular, também concorda. "Temos de começar o debate de baixo para cima, inserir a sociedade. Quando falamos de democratização temos de ver o nosso rosto inserido nela".

O coletivo pró-conferência é composto pela Coordenação dos Movimentos Sociais, Intervozes, Assembléia Popular, APP-Sindicato, Sindijor-PR, Coletivo Soylocoporti, Terra de Direitos, Cefuria, Liderança do PT na Assembléia Legislativa, Conselho Regional de Psicologia do Paraná, UNE, UPE, DCE-UFPR, DCE-UEPG, PT-Curitiba, CUT, Movimento Mudança, Centro Che e Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados dos Diários e Emissoras Associadas-Cedea.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DCE CONVIDA: Lançamento da Campanha O PRÉ-SAL É NOSSO! em Ponta Grossa e Campos Gerais

Pré-Sal é nosso! Ainda mais agora, anular os leilões, 100% do petróleo para a Petrobras reestatizada!

Num momento de crise mundial, ataque a soberania dos povos e resistência na América, o DCE-UEPG convoca a campanha O PRÉ-SAL É NOSSO!!! em Ponta Grossa.


A camada recém-descoberta de petróleo pré-Sal foi encontrada em três bacias sedimentares do nosso litoral e por isso nos pertencem. O intuito da campanha é exatamente discutir a nossa SOBERANIA NACIONAL, ainda mais nesse momento de crise mundial pela quebradeira econômica estadunidense.


Segundo técnicos da Petrobrás, as reservas de petróleo no pré-sal, somam algumas dezenas de bilhões de barris, cujo valor, atingiria 13 trilhões de dólares, o equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos. Essas reservas pertencem ao Brasil, pertencem ao povo.


O objetivo dessa campanha é discutir a soberania dos povos pelos seus recursos naturais, algo que vem sendo questionado por meio de guerras e combates travados pelo imperialismo e até mesmo por atividades de ocupação que são coordenadas por grupos que se entitulam ''tropas de paz'' - no caso das Tropas do Haiti a mando do Imperialismo.

Lançamento da Campanha:

Quarta-Feira 12/11/2008 às 20:30 (durante as atividades do VI CONGRESSO DOS ESTUDANTES DCE-UEPG)
Local: Auditório do Colégio Agrícola Augusto Ribas (Campus de Uvaranas - UEPG
)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Preparação ao VI CONGRESSO DOS ESTUDANTES (Tese): Movimento Estudantil pela não renovação das Tropas do Haiti


No dia 10 o povo brasileiro também se manifestou.


No dia 10 de Outubro os trabalhadores e a Juventude, em várias cidades do país, se dirigiram a Lula para que ele não renovasse a permanência das tropas brasileiras no Haiti e que retirasse imediatamente todos os soldados.

Em convocatória aos trabalhadores de todos os países que têm tropas no Haiti, diversas organizações haitianas[1] afirmaram: “O Haiti não está em guerra com ninguém. Que os 40 governos que mantêm estes regimentos de ocupação, que custam anualmente 540 milhões de dólares (cifra publicada no site da MINUSTAH), retirem imediatamente seus regimentos, e, se quiserem verdadeiramente ajudar o povo haitiano, utilizem esses 540 milhões de dólares para substituir seus soldados por bombeiros, médicos, pessoal de segurança civil, técnicos, operários para reconstruir as estradas e toda a infra-estrutura destruída etc.”

E como forma de solidariedade e mobilização, solicitam: “Questionem seus governos, peçam aos presidentes da República de seus países, à Lula, Bachelet, Correa, Kirchner, Morales e Vasquez, para que não renovem o mandato das tropas de seus países e retirem imediatamente seus soldados do solo do Haiti, e que os substituam por pessoal civil na área da saúde, das comunicações, da construção etc. para ajudar o povo haitiano a reconstruir o país.”No dia 14 de Outubro, na contramão do apelo haitiano, o Conselho Geral da ONU (CGO) aprovou a renovação por um ano da missão de “”paz”” no Haiti. Porém o mais absurdo ocorreu quando o Presidente do Haiti, René Préval, solicitou que o Capítulo 7 da carta da ONU – que prevê o uso da força para impor a paz – fosse retirado, para garantir a segurança na população haitiana. O CGO porém, manteve o termo com a explicação mais absurda possível, a que o Haiti "continua a constituir uma ameaça à paz internacional e à segurança da região" (site Folha de São Paulo). Será que um país que é o mais pobre das Américas, que tem 3,4% da população com o vírus da Aids, que a expectativa de vida é de 52 anos (17 anos menor que a média na América Latina - 69 anos), que 80% da população vive abaixo da linha de pobreza, que 80% da população economicamente ativa está desempregada, que 47% da população é analfabeta, que a mortalidade infantil é de 73,4 mortos por mil nascidos vivos, que 75% das crianças não são vacinadas; oferece ameaça a paz mundial? Será que o CGO da ONU tem razão?Em diversas cidades e capitais do Brasil o povo brasileiro atendeu ao chamado das organizações haitianas e não se calaram diante do massacre que a população negra do Haiti está sofrendo. Será que é essa a política que o governo Lula deve aplicar? Não seria hora de dar um basta à submissão ao imperialismo dos EUA e defender a soberania de todos os países, como Lula fez em relação à Bolívia? Certamente é hora de aumentar as mobilizações e se dirigir ao Presidente afirmando que aqueles que o elegeram, não aceitam essa política.EM FORTALEZA ...Ex-soldado que esteve em solo haitiano diz: "Não existe missão de paz!" Ele tem 23 anos. Aos 18, foi enviado ao Haiti. Vamos, para preservá-lo, chamá-lo de Gabriel. Gabriel é uma das centenas de jovens enviados para integrar as tropas brasileiras de ocupação no Haiti. Em 2003, já no fim do serviço militar, foi destacado para integrar a missão brasileira naquele país. Primeiro foi deslocado para São Paulo para fazer treinamento de guerra. Já aí, Gabriel diz que muitos soldados perguntavam aos superiores: "se é uma missão de paz, para que o treinamento de guerra?" Para defender sua vida, era a resposta que recebiam. Já no Haiti, Gabriel constata que "não havia do que defender a vida, o povo haitiano não tem armas, nem é hostil". Na verdade, o treinamento "era para aprender a matar". Segundo o ex-soldado, as tropas são instruídas para atirar em qualquer um num raio de 10 metros, homens, mulheres e crianças, "às vezes mulheres com suas crianças de colo"."A única coisa que o povo quer é liberdade e o fim do governo imposto. Não existe missão de paz, só se for paz para o governo. A missão é de guerra." Gabriel não esconde que matou "pelas suas contas", 111 pessoas sob ordens superiores, todas por desrespeitarem a distância de 10 metros dos blindados da ONU, mas sabe que quem apertou o gatilho foi Bush e, infelizmente, Lula, como um dos presentes ao ato pela retirada das tropas realizado em Fortaleza, observou.. "O que o povo pode fazer contra os QTs (carros blindados)?" Para ele o massacre é político. Gabriel não se admirou com as pesadas imagens do filme "O que se passa no Haiti". Diz que as atrocidades eram ainda maiores entre 2003 e 2005, época anterior à retratada no filme, com os blindados demolindo as moradias. Nesse período, em que ele esteve no Haiti, não só os assassinatos aconteciam, era generalizada também a prática da tortura contra os líderes das comunidades ou qualquer um que supostamente detivesse informações de interesse das forças de ocupação. Mesmo não podendo se expor, Gabriel faz sua parte na luta contra a ocupação, se propondo a falar em reuniões e eventos.O depoimento de Gabriel foi o ponto alto do ato pela retirada das tropas do Haiti ocorrido em Fortaleza no dia 10 de outubro, na sede da CUT Ceará. Na mesa a CMP e o Sindiute . A representante da CMT, Eliane Almeida destacou que a entidade tomou posição pela retirada das tropas em seu último congresso em julho e propôs integrar o tema no dia internacional pela soberania alimentar, em 16 de outubro. Já Ana Cristina, do Sindiute, informou que o 6º Congresso do sindicato tomou a mesma posição e ressalta que a luta pela soberania do Haiti é a mesma luta pela soberania do Brasil, pela Amazônia e pelo Pré-Sal. O ato foi encerrado com o testemunho de Gabriel e com uma rodada de perguntas e intervenções dos mais de 30 presentes. Ao final se concluiu pela retomada do comitê contra a guerra, que antes já fizera campanha contra a guerra do Iraque e em defesa das vítimas do Katrina, para levar para ruas a luta pela desocupação do Haiti e batalhar por um representante cearense na conferência de dezembro.EM SALVADOR ...O Ato em Salvador ocorreu com a participação de militantes da Juventude Revolução, do MST, sindicalistas, professores, estudantes universitários e estudantes secundaristas. O ato aconteceu em uma das praças mais movimentadas da capital baiana - Praça da Piedade - e contou com a participação expressiva de todos que passavam no local e paravam para assistir a exibição do vídeo “O que se passa no Haiti”. Integrou ainda as atividades, a entrega de mais de 200 panfletos e coleta de assinaturas ao abaixo - assinado da campanha. A população respondeu de maneira positiva ao ato em solidariedade ao povo haitiano e rechaçaram essa política que causa guerra e fere a soberania das nações. Um trabalhador durante a exibição do filme indagou: “Mas não foi para isso que elegemos o presidente Lula, ele devia ajudar o Haiti de outra forma”.EM MACEIÓ...Na capital alagoana o ato em defesa do Haiti contou com a participação de cerca de 45 pessoas, dentre eles muitos jovens do Hip-Hop como os grupos Posse Atitude Periférica, Posse Guerreiros Quilombolas, Cia Hip-Hop, além do Sindpol e a Juventude Revolução. O ato ocorreu no calçadão do centro de Maceió, onde foi possível dialogar também com muitos trabalhadores que estavam transitando pelo local. Dentre as atividades desenvolvidas foi exibido o filme “O que se passa no Haiti” e apresentações de break, em que a juventude pode se expressar politicamente através da arte e cultura.EM SARANDI...No dia 9 de outubro a Juventude Revolução - IRJ organizou a exibição do Documentário de Kevin Pina no CEBEJA em Sarandi (PR). Contando com a participação de cerca de 70 pessoas, a única conclusão que se pôde chegar foi que as tropas brasileiras não devem ficar nem mais um dia no Haiti. Depois do ato foram postados 10 cartões ao presidente Lula exigindo a não renovação da MINUSTHA e a retirada imediata dos nossos jovens soldados brasileiros do Haiti.EM SÃO PAULO... O Ato ocorreu em frente ao gabinete do escritório do presidente Lula e contou com apoio de representantes do MST (Movimento dos Sem Terra), do MNU (Movimento dos Negros Unificado),da JR (Juventude Revolução) e de quatro haitianos, onde cada representante teve o espaço para dar a palavra e expressaram o incondicional apoio ao povo haitiano. Faixas foram erguidas e material distribuído a quem passava explicando a ação das tropas no Haiti.Em torno de 50 pessoas participaram do Ato que contou até com um poema que falava dos problemas sofridos pelo Haiti, as palavras ditas pelos representantes dos movimentos e organizações faziam menção ao massacre causado pelas tropas da ONU, na qual o Brasil vergonhosamente lidera a mando de Bush. Além disso fomos informados de vários atos nas seguintes locais:Porto Príncipe (Haiti), Nova Iorque (EUA), Cidade do México (México), Guadalupe, Martinica, Dominica, Espanha, França, São Carlos (SP), Caçapava (SP), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Pelotas (RS), Vitória (ES) e Juiz de Fora (MG).


NÃO A RENOVAÇÃO DAS TROPAS BRASILEIRAS NO HAITI
PELA RETIRADA IMEDIATA DOS NOSSOS JOVENS SOLDADOS DO HAITI
PELA DEFESA DA SOBERANIA HAITIANA


[1] Organizações haitianas que convocaram a Jornada Continental pela Retirada das Tropas brasileiras no Haiti:CATH – Central Autônoma dos Trabalhadores Haitianos, Louis Fignolé St. Cyr, secretário-geralPOS – Partido Operário Socialista Haitiano, Marc Antoine Poinson, secretário de Organização dos DepartamentosFESTREDH – Federação Sindical de Eletricidade do Haiti, Dukens Raphaél, porta-vozKORTA – Fednel Monchery, coordenador-geralGIEL – Grupo de Iniciativa dos Professores do Ensino Secundário, Léonel Pierre, secretário-geralADFEMTRAH – Seção das Mulheres da Cath, Julie Génélus, secretária-geralGRAHLIB – Grande União por um Haiti Livre e Democrático, Ludy Lapointe, coordenador-geralFOS – Federação dos Operários Sindicalizados, Raymond Dalvius, diretor de Relações PúblicasGRAMA – Grupo de Reflexão e Ação por uma Melhor Alternativa, Joseph Varnel, coordenador-geralKONOSPOL – Coletivo Organização Sócio-político, Lukem RoyelCONAFTAV – Coalizão Nacional das Mulheres Trabalhadores, D. BenoitKJKFF – Konbit Jen K. Fou Fey, John LaurenvilZafé Fanm – Darline SensuelKOSEFANM – Elisabeth AugustinKOPDA – Konbit Peyzan Pou Developman, Ansajo Réginal LegemeFANM GRAMA – Caroline GaspardAJAM/A – Associação dos Jovens Progressistas de Marmelade, Fénélus Sinel, tesoureiro-geralCONAREM – Coordenação Nacional Cidadã pela Reivindicação das Massas, Jean Lesly Préval, secretário de organizaçãoANAMMAPME – Jean Oscalhome FlorvilMPPG – Jean Phalière Rezil